Campo Grande (MS) – Com a participação de artesãos de diferentes entidades representativas, acontece nesta terça-feira (30.07) no Memorial da Cultura, uma rodada de negócios que busca aproximar os artistas e lojistas, promovendo novos acordos comerciais e oportunidades. O evento é uma realização da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul e do Sebrae.
A rodada de negócios é uma oportunidade dos artesãos se aproximarem de revendedores diretos, cortando intermediários e ampliando as margens de vendas e de lucros. Também amplia a rede de vendas das peças sul-mato-grossenses, levando a nossa arte a mais pontos e a um público mais amplo.
A participação de lojistas e artesãos se dá por convite e apresenta as lojas mais interessantes e descoladas do Brasil. Como formadoras de opinião que são, levam ao mercado o que existe de melhor na produção artesanal brasileira. Participam oito lojistas de todo o Brasil, que já estiveram em Jardim, Bonito, Corumbá, Miranda, Aquidauana e hoje estão em Campo Grande.
Alexssandro Silva é supervisor comercial do Masp Loja, com dois pontos de venda no Museu de arte em São Paulo. Ele veio para conhecer melhor os artesãos sul-mato-grossenses, as matérias-primas que utilizam e o modo de produção das peças. “Desde 2016 o Masp Loja desenvolve um projeto, que visa não só comercializar souvenirs e publicações do museu, mas também enfatizar o design e o artesanato brasileiros, em diálogo com os eixos temáticos do museu. Nessa expedição, o fazer manual brasileiro é nosso foco. É minha primeira vez em Mato Grosso do Sul, e vim não só para comprar, mas para conhecer o artesão no lugar dele. É mais interessante vender assim”.
O artesão Cleber Ferreira trabalha há 25 anos confeccionando onças em cerâmica e madeira. Ele é campo-grandense e este talento vem de família. Cleber aprendeu o ofício com seu tio Júlio César, que também repassou o modo de fazer para outros membros da família. Cleber vive exclusivamente do artesanato, e para ele, oportunidades como a de hoje são fundamentais para o seu trabalho. “O artesanato para mim representa meu sustento, é o meu trabalho. É muito importante para o artesão o contato direto com o lojista, e também a oportunidade de mostrar seu trabalho para outros Estados e manter esse relacionamento de comércio”.
Ano passado a Roda de Negócios movimentou R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais). Para este ano a expectativa é ainda maior. “O artesão vive de renda. Por isso, este evento é importante, porque essa relação comercial, de compras, com o artesão, perdura o ano inteiro, pois o artista não pode viver só de feiras”, diz Katienka Klain, gerente de Desenvolvimento de Atividades Artesanais da Fundação de Cultura do Estado.
Serviço: O Memorial da Cultura fica na Avenida Fernando Correa da Costa, 559, no Centro. Mais informações pelo telefone (67) 3316-9107.
Texto: Karina Lima e Márcio Breda
Fotos: Ricardo Gomes