Campo Grande (MS) – Aconteceu na manhã desta sexta-feira (22), na Sala Rubens Corrêa do Centro Cultural José Octávio Guizzo, a Roda de Conversa sobre o Colegiado Setorial de Dança do Rio Grande do Sul. Para falar sobre a situação do setor neste Estado da região Sul do Brasil, foi convidada a bacharel e licenciada em Dança pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e mestre em Artes Cênicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), além de delegada do Colegiado de Dança do RS, Kátia Salib Deffaci.
Kátia começou falando sobre a situação do Colegiado Setorial da Dança no Rio Grande do Sul. “O primeiro colegiado entrou em atividade nos anos de 2012 e 2013; agora estamos já na segunda gestão, 2014-2015. Construímos o Plano Estadual no período de quatro anos e no fim do ano passado foi colocado em votação. O Plano foi reprovado na Assembleia Legislativa e a justificativa dada foi que os deputados entenderam que estaria comprometendo o próximo mandato. Eu acho que eles desconheciam o que era o documento, e na dúvida, decidiram não aprovar”.
A mestre em Artes Cênicas explica que assumiu o colegiado em 2014, e agora estão sendo feitas algumas alterações para que o plano seja novamente colocado para votação. “Nós decidimos tornar público todo esse processo e publicar no Diário Oficial do Estado cada alteração que foi feita, para que esse documento pudesse se manter em qualquer situação de troca de informações”.
O Colegiado do Rio Grande do Sul é formado por dez membros da sociedade civil e cinco do governo. O coordenador deve ser um representante da sociedade civil. Os membros governamentais, do qual Kátia faz parte, são técnicos da área. Ela é professora da Graduação em Dança da Universidade Estadual do RS (UERGS) e oportuniza a comunicação com as universidades. “No Estado do Rio Grande do Sul existem cinco graduações em dança. Nós chamamos os alunos, quem está em processo de formação, para participar das discussões do colegiado. A maior dificuldade está na troca de informações com o interior, para fomentar a participação dos municípios, por causa do problema do transporte”.
As reuniões do colegiado são públicas e os membros têm mandato de dois anos, podendo ser reconduzido por mais um período. “Os colegiados setoriais são conectados à estrutura da Secretaria Estadual de Cultura. O Colegiado da Dança está vinculado ao Instituto Estadual de Artes Cênicas (Iacen). Atualmente realizamos duas reuniões por mês”.
O Plano Setorial Estadual da Dança do Rio Grande do Sul possui cinco eixos: do Estado, que fala sobre as atribuições do poder público no fomento à dança; da Diversidade, que fala sobre o mapeamento do setor na região; do Acesso, que dispõe sobre o acesso da população ao ensino da dança e à produção cultural desta área; do Desenvolvimento Sustentável, sobre a necessidade de manutenção das atividades e projetos, e da Participação Social, que propõe o diálogo com os agentes culturais e criadores. “Quando o Plano Setorial da Dança foi construído, o mapeamento, com o número de escolas, professores, profissionais, saber quem é que faz a dança, os festivais existentes, foi uma das nossas perspectivas. Esse é um plano para dez anos. Transformado em lei com sua aprovação na Assembleia Legislativa, realizaremos chamada pública para discutirmos os cinco eixos.”
Kátia explica que o Sistema Estadual de Cultura ainda não foi aprovado, por isso não há ainda um instrumento legal para se efetivar as ações. Ela também informa que o Fundo de Cultura possui uma verba prevista de 9 milhões de reais para aplicar em ações culturais no Rio Grande do Sul. “Estamos pleiteando uma fatia desses recursos para a dança. Realizamos estudos dos anos anteriores de projetos inscritos no setor, para termos uma estimativa do valor necessário para aplicação na área da dança”.
A Roda de Conversa encerrou os debates, comunicações e troca de experiências sobre o setor e sobre o Plano Setorial Estadual da Dança. Mas a Semana Pra Dança 2015 continua nesta noite, com a apresentação dos espetáculos “Matilha”, do Grupo Expressão de Rua, às 18 horas, na Praça Ary Coelho, e “3º Sinal – A Dança EnCena”, com concepção de Neide Garrido, às 20 horas, no teatro Aracy Balabanian. A entrada é franca. Mais informações no Núcleo de Dança da FCMS pelo telefone (67) 3316-9169.