Buscando promover comercialmente o artesanato local, nove lojistas da AsCabras (Associação para o Comércio de Artesanato Brasileiro), estão percorrendo cidades de Mato Grosso Sul em busca de artesãos que queiram comercializar seus produtos. Isso só foi possível graças ao projeto “Expedição Bonito/Pantanal Mato Grosso do Sul do Artesanato”, realizado pela Fundação de Cultura do Estado em parceria com o SEBRAE.
Os lojistas da AsCabras estiveram em Bonito sexta e sábado (29 e 30/07) conhecendo e comprando o artesanato local. Esse intercâmbio tem se mostrado muito produtivo, já que é uma realização de negócios sem intermediários, o que é bom tanto para o lojista quanto para o artesão. E ainda os lojistas tiveram a oportunidade de conhecer de perto o trabalho dos artesãos em seu local de ofício. “A gente está no início da expedição, mas tem sido muito positivo, enriquecedor. Fomos na tribo Kadwéu e Terena em Bodoquena e foi muito rico, porque a gente teve contato direto de onde ele é feito”, disse com empolgação Ana Paula Dreher comerciante há quatro anos em Florianópolis.
AsCabras é um grupo de lojistas criado em 1998 com sede em São Paulo e que trabalha em conjunto para criar ações que visam incrementar e desenvolver o mercado de arte popular e artesanato brasileiros por meio de mecanismos que estimulem os processos de compra e venda de produtos através de um portal que reune os diversos agentes que atuam neste segmento. Participam desta expedição as lojas Xapuri Produtos Artesanais (Belo Horizonte / MG), Fuchic (São Paulo, Barueri e Guarulhos / SP), Casa de Ana (Florianópolis / SC), Meu Móvel de Madeira (Rio Negrinho / SC), Arunã (Rio de Janeiro / RJ), Atelier na Rua (Ribeirão Preto / SP), Sambaki (Sorocaba / SP), Galeria Arte Brsileira (São Paulo / SP) e Casa do Brasil (Ribeirão Preto / SP).
Fernanda Figueiredo, de Belo Horizonte-MG, é uma das fundadoras e estima que a associação deva comercializar cerca de 100 mil reais nas cidades em que a expedição passar, ou seja, em Jardim, Bodoquena, Miranda, Corumbá, Anastácio, Aquidauana e Campo Grande. Até agora eles passaram em Guia Lopes da Laguna Bodoquena e Bonito. Figueiredo, por outro lado, aponta a falta de artesanato por onde a expedição tem passado, segundo ela o volume de compra seria maior se estivesse disponível mais peças, “tem havido mais encomendas”, constata. Figueiredo diz ainda ver Bonito como um lugar próspero e com muito potencial, “há disponível bastante matéria prima, está faltando quem queira trabalhar com artesanato”, opina Figueiredo.
Para Katienka Klain, gerente de Desenvolvimento de Atividades Artesanais da Fundação de Cultura, esse contato direto com os comerciantes é benéfico para o artesão, já que não há intermediário na comercialização, e proporciona uma maior valorização do artesanato por parte do lojista. “Nem todos têm condições de se locomover até outros estados, ou participar de feiras para vender seus produtos”, frisa Klain.
Para mais informações sobre o projeto, entre em contato com a Gerência de Desenvolvimento de Atividades Artesanais, pelo telefone (67) 3316-9107.
texto André Messias
foto Daniel Reino