Numa parceria do 16º Festival de Inverno de Bonito com a operadora de bike Lobo Guará Bike Adventure, aconteceu hoje, a partir das 17h “Night Bike” na Trilha do Sinhozinho. Segundo o idealizador da iniciativa, que já está em sua 3ª edição, a intenção deste passeio é unir o esporte e o meio ambiente à história cultural de Bonito. A trilha possui 28 km em terreno acidentado com cascalho, pedras no solo e pouca subida.
Pedalando em bikes importadas de alta qualidade, neste passeio o turista conhece as belezas naturais da região provocando mínimos impactos à natureza. Sem pressa, pode ainda observar e contemplar pessoas, plantas e animais e conhece a cultura local. Além disso, cada turista deixa uma lembrança de sua passagem à Bonito e uma contribuição à natureza. Planta uma muda nativa na margem do Rio Formoso. Essa é a conhecida campanha Pedalando e Plantando. Até hoje, já foram plantadas em média 3500 mudas que são produzidas no Rio da Prata. O passeio foi idealizado para pessoas de todas as faixas etárias, adultos e crianças. Cerca de 100 pessoas participaram dele nesta noite do FIB 2015.
Quando tudo começou
Para contar a história da criação da Lobo Guará Bike Adventure é necessário falar um pouco sobre a vida do seu idealizador Márcio Lima. Ele nasceu em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, mas devido aos contratempos da vida, teve de morar em diversas regiões. Nessas andanças, passou por diversas experiências esportivas nos sete estados brasileiros que habitou e nenhuma o prendeu, inclusive o futebol, esporte que atuou como jogador profissional por alguns anos.
No entanto, foi voltando para sua cidade natal onde teve contato com uma das atividades mais apaixonantes que conheceu até hoje: o ciclismo. Começou a pedalar em 1992 e desde então não parou mais. Por sempre ter incentivo dos grupos de ciclistas da cidade, acabou virando guia de mountain bike com o objetivo de conquistar novos adeptos e incentivar os amantes de esporte de natureza.
A partir do seu contato com a bicicleta, fez inúmeras viagens em regiões de Cerrado e Pantanal e a cada uma delas tinha a certeza de que sua paixão pelo esporte só aumentava. Márcio Lima ainda fica na dúvida sobre o que mais o prendeu ao ciclismo: se é a sensação de liberdade e paz ou a possibilidade de andar sem pressa, de poder observar e contemplar pessoas, plantas e animais, conhecer culturas diferentes. Talvez seja tudo isso associado a um fato importantíssimo: saber que está praticando uma atividade em harmonia com a natureza, que causa mínimos impactos.
Quando visitou pela primeira vez o zoológico a céu aberto que é o Pantanal, teve a certeza que não há transporte melhor do que uma bicicleta para conhecê-lo. Pedalou sem provocar danos, nem poluição, ficou próximo à fauna e flora do local, conheceu a população nativa, tomou banho em riachos, rios e lagos, sentiu a brisa no rosto e novamente aquela sensação de liberdade.
Numa dessas viagens veio parar em Bonito. Isso foi em 1997. Junto com um grupo de amigos vieram explorar a região. Foi onde se apaixonou novamente. Uma cidade pequena, mas muito acolhedora. Achou tudo maravilhoso, de pessoas a belezas naturais. Não tinha dúvidas que era nesse lugar que gostaria de fincar suas raízes. Propiciar a um público, que na grande maioria, não tem contato com uma bike, uma experiência única.