Publicado em 11 ago 2025 • por Karina Medeiros de Lima •
O Festival de Inverno de Bonito vai trazer este ano o melhor da música de Bonito na abertura, no dia 20 de agosto, a partir das 20 horas, no Palco Lua. Será o Canta Bonito Bandas, que vai trazer quatro bandas de Bonito para se apresentar: Rock Sellers, As Máquinas do seu Antônio, Mataguéw e Mulheres de Quinta.
Formada no fim de 2023, a Rocksellers nasceu quase por acaso — e com muita química desde o primeiro acorde. A ideia começou com Álvaro Cesar (voz e violão), que queria montar um trio para tocar na virada do ano. Após mudanças inesperadas na formação, Márcio Ximenes (contrabaixo) e Eduardo Fernando (bateria) entraram de última hora, e o primeiro show aconteceu sem nenhum ensaio prévio. O resultado? Um entrosamento imediato e um som que conquistou o público.
O nome Rocksellers reflete a proposta da banda: levar a energia do rock em todas as suas formas. O repertório passa por clássicos do rock nacional e internacional, músicas regionais, reggae e hits dos anos 60 aos 2000 — sempre com uma nova roupagem, mais pesada, orgânica e cheia de identidade própria. A Rocksellers é a prova de que, quando a química é boa, basta ligar os amplificadores para a mágica acontecer.
As Máquinas do seu Antônio nasceu em 2023 na cidade de Bonito-MS, traz o nome como uma homenagem ao Seu Antônio, dono da Máquina Santo Antônio; um dos depósitos de beneficiamento de arroz e cereais mais antigos da região. Apresenta um vasto repertório que vai desde o rock clássico dos anos 50/60/70 até os mais atuais pós anos 2000, sem deixar de passar pelo saudoso rock nacional, em especial da década de 80/90.
Formada por músicos locais oriundos de outros projetos, conta com apresentações em importantes festivais locais, abrindo shows para artistas de renome nacional como: Almir Sater, Gabriel Sater e Raimundos. A formação traz: Alexandre Xavier (Vocais e violão), Goga Penha (Vocais, guitarra, violão), Chico Xavier (Baixo) e Eduan Coelho (Bateria).
Mataguéw é uma banda de Bonito-MS que no palco transforma a força do cerrado em vibração e peso. Com uma sonoridade potente, presença marcante e releituras cheias de personalidade, o grupo se destaca pela energia e carisma.
O som da banda é o que eles chamam de rock do mato: a fusão entre atitude roqueira e a força bruta da fauna e flora sul-mato-grossenses; o calor da terra e a liberdade de quem cresceu entre rios e cachoeiras.
A Mataguéw nasceu em 2022 de um encontro quase por acaso: Francis, recém-chegado à cidade, convidou Luiz para fazer um som. Luiz topou, mas era preciso alguém pra cantar. Ele então chamou Izabelê, com quem já havia tocado. Ela aceitou de primeira e ainda trouxe Daniel, amigo e parceiro de outros projetos. A química foi imediata. Desde o primeiro ensaio todos mergulharam de corpo e alma na banda.
O nome do grupo surgiu de um áudio real de um turista irritado que desdenhou da cidade chamando Bonito de “Mataguel” (tentando dizer “matagal”). Com o tempo, a escrita ganhou nova forma: Mataguéw, com mais estilo e sonoridade – uma marca que hoje representa orgulho e identidade local.
Com pouco tempo de estrada, a banda já marcou presença nos principais eventos da cidade, como o Festival de Inverno de Bonito, a FLIB (Feira Literária de Bonito), o Festival da Guavira e o Festival da Cerveja.
As influências vão do pop dramático de Lady Gaga ao impacto cênico de Ney Matogrosso, mesclado com metal, rockabilly e música brasileira. A Mataguéw entrega um show visceral, envolvente e cheio de personalidade. Uma experiência sonora com cheiro de terra molhada, som de mata viva e alma de palco.
Mulheres de Quinta é um coletivo de mulheres de Bonito, composto por cinco amigas e musicistas amadoras, em busca de vivenciar sua musicalidade. Inspiradas pelo poder transformador da arte, o grupo se reúne desde 2018 e desenvolve um trabalho original, com composições próprias que exaltam temas como ancestralidade e conexão com a terra e a natureza.
O grupo, que hoje é formado por Aja Bryant, Eveline Cordeiro, Franciele Maragno, Mari Estrelas e Roberta Stefanello, já contou com participação de outras integrantes e foi se transformando ao longo do tempo até chegar à formação atual. O nome “Mulheres de Quinta” surgiu da combinação entre o hábito dos encontros acontecerem sempre às quintas-feiras e o desejo de gerar uma provocação, uma reflexão sobre os valores culturais ligados ao julgamento do comportamento feminino.
A trajetória do grupo é marcada pela força da expressão feminina, pela valorização da cultura brasileira e pelo profundo respeito à natureza, temas que também atravessam as composições musicais. O repertório musical pulsa com ritmos tradicionais brasileiros, como maracatu, coco, ciranda, ijexá e marchinha.
Dentro dessa roda de aprendizados, nasceram algumas composições autorais como Pé de Amora, Sereia, Respira Corpo, Rodá, Maria Desperta, Manduvi, entre outros.
O coletivo Mulheres de Quinta já esteve presente em eventos tradicionais da cidade, como o Festival de Inverno de Bonito e a Feira Literária de Bonito, além de participações em outros eventos relacionados à cultura de Bonito. Em 2025, integrou o bloco BojoMalê durante o carnaval de Campo Grande. Mulheres de Quinta é semente que canta, raiz que pulsa e voz que ecoa, celebrando a força da arte, da terra e do feminino em cada batida.
O produtor executivo e apresentador do Canta Bonito Bandas, Kalu Carvalho, disse achar de suma importância ter o Canta Bonito no Festival de Inverno. “Principalmente no palco principal, fazendo a abertura de show nacional, aumenta a visibilidade dos artistas, a gente mostra que a gente tem capacidade de fazer um bom show, a gente vem mostrando isso a cada Canta Bonito, e agora, o Canta Bonito Bandas é um desafio, porque essa demanda de bandas não tinha no começo, porque eram sempre trabalhos individuais, artistas individuais”.
Kalu explica que agora existe uma demanda de bandas, por isso a ideia do Canta Bonito Bandas. “A gente quer mostrar um pouco de cada um, das nuances de cada um, da forma de interpretar, da forma de conduzir o teu show. Tenho certeza que cada um vai dar o melhor de si ali para mostrar a qualidade que nós temos dos músicos aqui de Bonito, e cada vez ganhar mais espaço. Eu acho importante que cada vez mais o público de bonito esteja envolvido no festival é algo que já está acontecendo essa gestão tá muito bacana, que as audiências públicas escutam os nossos anseios atendem a medida do possível então acho que é assim que se faz um festival de inverno de verdade porque para mim festival é isso, essa troca de experiências é são as oportunidades de mostrar o trabalho”.
Texto: Karina Lima
Fotos: Divulgação