Campo Grande (MS) – O Museu da Imagem e do Som (MIS) exibe nesta sexta-feira (9), às 16 horas, o curta-metragem “Edson Castro”, com entrada franca. A produção é da Água Comunicação e Eventos e tem 10 minutos de duração. Dirigida por Mara Silvestre, com montagem e roteiro de Natacha Figueiredo Miranda, faz parte da série “A Universalidade dos Artistas Plásticos Sul-Mato-Grossenses”.
No vídeo, Edson Castro passeia com as memórias, certezas e alguns guardados afetivos diante de seus quadros. Natural de Corumbá, onde nasceu em 1970, fixou residência na França e em novembro passado, oito após a mudança, retornou a Mato Grosso do Sul. Trouxe na bagagem as saudades acumuladas e quadros de sua lavra, parte de um acervo que enfrentou íngremes e desconfiados terrenos europeus até ser reconhecido pelo talento de singularidades marcantes.
“Diziam que minha arte não avançaria, que suas luzes não eram europeias, eram muito fortes”, recorda. Mas revolve o chão de suas fontes e lembra que desde os primeiros traços, inclusive com um prêmio conquistado na escola com 13 anos de idade, já tinha a convicção de que carregaria consigo o DNA universalista do pantaneiro. “A beira de rio, onde nasci, ficou na minha cabeça. O pantanal, Corumbá, suas cores, seus bichos e sua natureza são presença constante no meu dia-a-dia”, revela.
Não por acaso um dos mais importantes críticos de arte da Europa, o francês Gérard Kuriguera, cedeu à emoção de incursões por sua obra. E frisa: “Edson Castro não para de prolongar o sonho acordado, começado na sua infância”, acrescentando que por suas mãos e olhares retrata-se um mundo que resiste ao tempo. “Sua obra dá (…) mais que promessas e afirma sua singularidade”. São palavras de um especialista em universalidade carimbando a ilimitada aventura de um pantaneiro sem rédeas no abraçar o mundo.
Edson Castro pontua também com alegria e reverência a atenção que recebia do poeta Manoel de Barros, com quem trocava correspondências. Na última carta que lhe enviou, o poeta assim comentou seus quadros: “Sinto um cheiro de sol nos seus azuis e uma insistência de solidão nas suas imagens”. Para o artista que pôs a província no altar do glamour, sublimando o abstracionismo pulsante num ser que redefiniu-se no mágico das incompletudes, vale enfatizar outra aula de Maneco que Edson Castro pendurou nos seus amanheceres: “As coisas não me entram nos olhos. Elas me saem deles”.