Corumbá (MS) – Poder, tirania e liberdade foram os temas abordados pelo grupo boliviano Voyeur Teatro, na peça Sierra Quiabó, na noite de quinta-feira (14). Responsáveis pela abertura do Festival, o espetáculo aconteceu logo após a chegada do cortejo na Praça Generoso Ponce.
Pela primeira vez no Brasil, o diretor Jorge Calero conta que todos estavam muitos felizes, porém ansiosos por saber como seria a reação do público. “Nesta peça retratamos a nossa realidade e tínhamos receio das pessoas não entenderem ,já que são culturas, costumes e idiomas diferentes, mas tivemos fomos surpreendidos e um grande público assistiu a apresentação”.
Com início no movimento estudantil, o grupo possui está junto há seis anos e afirma estar em busca da dramaturgia e poesia própria trazendo sempre o humor. “Logo que ganhamos o Festival Internacional de Santa Cruz de La Sierra fomos convidados para nos apresentar aqui e ficamos bastante eufóricos”.
A euforia também estava estampada no rosto de Gisele. Aos 50 anos, ela conta que era a primeira vez que vinha ao Festival e estava encantada com tudo. “Fiquei atenta em toda a peça e achei forte e bem bonita. Saí pensativa e isso é muito bom porque é o que eles queriam fazer e conseguiram de uma forma bem bacana”.
Para o coordenador do Núcleo de Teatro da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Márcio Veiga, o grupo conseguiu dialogar com várias linguagens diferentes.
“A interação é uma das coisas mais importantes do teatro. Você ver a materialização da arte cênica quando o público consegue ter uma reação muito boa, se apropriar da obra. Este foi um trabalho que chegou ao público, pois você via gente de várias idades assistindo a peça, sem se mover do lugar, algo muito raro no teatro de rua”.
Realizado com investimento público da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul e patrocínio da Energisa, Vale, Caixa Econômica Federal e Governo Federal, o 15º Festival América do Sul Pantanal (Fasp) acontece entre os dias 14 e 17 de novembro.
Texto: Mariana Castelar
Fotos: Marina Pacheco