Campo Grande (MS) – Começou na manhã desta segunda-feira (11) a Oficina Básica de Elaboração de Projetos Culturais, no Museu da Imagem e do Som (MIS). Esta primeira turma participa da oficina até o dia 15 de janeiro, das 8 às 12 horas, e a partir da semana que vem será realizada uma nova oficina para a segunda turma, devido ao grande número de inscritos.
Os objetivos são abordar os aspectos fundamentais teóricos e práticos na elaboração de um projeto cultural; colaborar para aproximar a comunidade da política pública para a cultura promovida pelos editais e desenvolver as potencialidades na área e também reafirmar a cultura como meio de legitimar a identidade local e como atividade economicamente viável.
Os monitores da oficina são o gerente de Patrimônio Histórico e Cultural da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), Caciano Lima, e a gestora de Arte e Cultura da Assessoria de Projetos da FCMS, Eliane Miranda.
Neste primeiro dia estão sendo abordados os temas cultura e financiamento, editais da FCMS e pontos focais do edital do FIC. A secretária adjunta da Sectei, Andréa Freire, deu as boas vindas aos participantes. “É uma alegria ter vocês na oficina. Esta é uma oficina básica que aborda as fases elementares do projeto. É interativa, as pessoas podem interromper, fazer perguntas, participar. É preciso saber dizer o que a gente quer, que nasce de um desejo, de uma vontade”.
O diretor de Comunicação da Colônia Paraguaia e representante titular da Rede MS ponto a ponto, organização que congrega todos os pontos de cultura de MS, participa da oficina porque acredita ter a obrigação de estar por dentro do assunto para poder discutir com seus pares. “A intenção dos projetos culturais é conseguir recursos para manutenção das atividades sociais e culturais. Na colônia paraguaia temos aulas de guarani, danças folclóricas e regionais e aulas de violão gratuitas. Para manter esses projetos nada melhor que os editais. Pretendo passar o que vou aprender aqui para os colegas, pois hoje são 53 pontos de cultura no Estado”.
Fernando Ruiz Figueiredo Filho é inspetor de aluno da Escola Polo Duque de Caxias, no assentamento Estrela, em Jaraguari e participa do Instituto Vida Clara, que oferece atividades culturais, esportivas, de lazer e fornece assessoria em saúde às famílias do assentamento. Ele participa da oficina “por questão de aprendizado”. “Pretendo fazer um projeto de qualidade, estou aqui para me aperfeiçoar. Já tive dois projetos aprovados, sobre a banda de música do assentamento, e consegui recursos para adquirir instrumentos musicais”.
O cantor e compositor Alexandre Kenji Fernandes Anzou afirmou que sempre quis participar do Fundo de Investimentos Culturais (FIC). “Quero produzir melhor os projetos, como escrever o que é subjetivo como objetivo no projeto, como passar as ideias para o papel. Tem que haver uma elaboração bem escrita. Pretendo propor um projeto para obter recursos para gravação de um CD”.
Jair de Oliveira, ator e diretor teatral, diz ter muitas dúvidas com relação à elaboração de projetos. “Até hoje elaborei meus projetos de forma intuitiva e observando outros projetos, mas tenho muitas dificuldades. Meus projetos ficam engessados com relação a alguns itens. É necessário saber para errar menos. Um bom projeto facilita a sua execução. Também participo da oficina para ter a experiência do convívio com outras pessoas, para conhecer pessoas”.
Maria Diva da Silva é assistente social voluntária no Jardim Los Angeles. Ela auxilia na brinquedoteca, no Projeto Cultura Los Angeles, que oferece aulas de violão e resgata os artistas da comunidade, e na Feira de Artesanato Mãos que Criam, que promove a venda dos produtos feitos pela comunidade visando à geração de renda. “Observando o dia a dia dos moradores, que tinham seus produtos artesanais estocados, não proporcionando geração de renda, decidi fazer a oficina, pois pretendo, por meio dos editais, conseguir verba para dar mais qualidade aos projetos da comunidade. Esses projetos hoje são realizados por meio de doações”.
Amanhã os participantes conhecerão um pouco mais sobre o projeto cultural e seus componentes, divisão em subgrupos e definição da área cultural e tema de projeto a ser elaborado.
Na quarta-feira (13), terceiro dia da oficina, será realizado um exercício prático de aplicação dos conceitos e elaboração dos projetos de cada subgrupo. Na quinta-feira será feita análise dos projetos elaborados e no último dia, sexta-feira, serão feitas considerações gerais e tira dúvidas, compartilhamento de referências e métodos de elaboração de projetos e avaliação da oficina pelos participantes.
Mais informações pelo telefone (67) – 3316-9109.