Oficina de Vogue Femme é oportunidade de fomento da cultura Ballroom durante o Festival

  • Publicado em 24 ago 2025 • por Daniel •

  • Pessoas da cena Ballroom de Mato Grosso do Sul estão reunidas na manhã deste domingo (24), no espaço Garoto Cidadão, durante o Festival de Inverno de Bonito, para a Oficina de Vogue Femme. Ministrada por Lucas Mitira e Roger Pacheco, a oficina é uma oportunidade de fomento da cultura  Ballroom durante o Festival.

    Vogue Femme é um estilo de dança urbano dentro da cultura Ballroom, que celebra a feminilidade através de movimentos fluidos, dramáticos e expressivos, inspirados na alta moda. Desenvolvido pelas comunidades LGBTQIA+ negra e latina de Nova York nos anos 70/80.

    Um dos ministrantes da oficina, Lucas Mitira, estuda a cultura Ballroom desde 2020, pertence à casa Hands Up MS, que é a primeira casa do estado de Mato Grosso do Sul, dedicada à cultura Ballroom. “Dentro dessa casa, eu ocupo alguns espaços, principalmente nesses de pesquisas teóricas, e de projetos, a escritura de projetos, a produção de eventos, então a gente fica mais trabalhando nessa parte. Como eu faço essa pesquisa há alguns anos, que foi meu primeiro projeto em 2020, então a gente traz essa oficina com esse intuito de trazer também um fomento da cultura Ballroom de forma consciente. De que todos tenham uma noção também de onde veio dessa cultura, onde ela está e para onde vai”. 

    Lucas explica um pouco o que é a vogue Femme dentro da cultura Ballroom. “Quando a gente fala em Vogue Femme, ele é um recorte muito restrito. Por isso que a oficina, quando ela vai abordar a parte teórica, ela aborda toda a história da cultura Ballroom. O Vogue é uma estética de dança, ele é uma vertente. E ele é subdividido em várias estéticas. A gente tem estética do old way, do new way, do Vogue Femme, do soft enchant e do Vogue Femme Dramatic. Como é uma cultura que vem da comunidade de LGBTQIA+, de pessoas trans, pretas, latinas, periféricas, então a gente traz esse estudo, essa oficina, a partir de tudo que a gente conseguiu e tudo que a gente estudou dentro do nosso estado. O Vogue Femme é uma estética do Vogue que foi dedicada às pessoas, às Femme Queens, às trans, às pessoas trans da comunidade que ao dançar os outros, as outras vertentes de Vogue, trazia movimentos corporais diferenciados e com uma performance de feminilidade em conjunto”. 

    Outro ministrante da oficina, Roger Pacheco é Mother da House Pioneira de Mato Grosso do Sul, que é a House of Hands Up MS. Roger ministra a parte prática da oficina. “Como eu já trabalho como professor, ministro aulas, então eu vou ministrar uma vivência da parte prática que desenvolve dentro da cultura Ballroom, que é a técnica de dança vogue. É uma cultura norte-americana e ela surgiu nos Estados Unidos, ela veio para o Brasil, do Brasil ela veio para o Mato Grosso do Sul, então é uma técnica que ela desenvolve muitas vertentes”.

    Para Roger, o fato de o Festival de Bonito dar espaço para a cultura Ballroom por meio da Oficina de Vogue Femme é um grande ganho, porque é uma cultura que inclusive ela tá em votação em nível nacional, realmente vira uma cultura em todos os marcos do Brasil. “Tanto como dança já é, como música já é, é teatro, eu acho que a cultura ballroom, o vogue específico, ela é uma cultura exclusivamente da comunidade LGBT. Assim como a arte drag, ela não tá dentro de outros padrões como teatro, dança, música, então é uma cultura que surgiu exclusivamente da comunidade e ela estar dentro do Festival pra mim é uma quebra de tabu. Eu falo muito sobre o preconceito, né, o preconceito existe a partir do momento que você não conhece, tanto é que é a primeira vez que teve a cultura Ballroom no Festival em 2023 foi incrível, deu um público muito grande assistindo, torcendo, vibrando com a gente, eu acho que isso é muito importante, ainda mais para o estado que a gente vive”. 

    Zuri Hands Up já vivencia a cena Ballroom, e decidiu fazer a oficina pela importância dos ministrantes na cena Ballroom de Mato Grosso do Sul e pela bagagem de estudo e contribuição e construção da cena. Quando houve a oportunidade, eu resolvi abraçar até para expor os meus conhecimentos sobre a cena. Hoje eu sou filho da casa Hands Up. A gente tá numa toada muito boa, né, alcançando muitos espaços como os festivais, né, com o Festival de Bonito. A gente ainda tem algumas barreiras pra quebrar, mas a gente está no caminho muito bom, muito positivo”.

    Tarso Aguillera é funcionário público municipal de Campo Grande e na cena Ballroom ele é filho da casa da Mother House Pacheco, que é um dos ministrantes da oficina. Tarso é imperador da casa Hands Up MS e também ministra aulas e faz o trabalho, ajuda em vivências, ajuda em produções. “Eu vim porque eu já vivencio a cena Ballroom, sou integrante da cena Ballroom há mais de cinco anos, e sempre é bom incrementar o repertório, estudar, estar vivenciando ainda mais uma cena Ballroom que é ainda muito pequena no nosso estado e ver ela indo para outras cidades, isso me apetece bastante de estar presente e ajudando a fomentar”. 

    texto:Karina Lima Asscom/FIB

    Fotos: Asscom/FIB

     

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    Festival de Inverno de Bonito

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