Publicado em 21 ago 2025 • por Daniel •
O Festival de Inverno de Bonito 2025 proporcionou, na manhã desta quinta-feira (21) no CMU (Centro de Múltiplo Uso), duas oportunidades de aprimoramento de conhecimentos, por meio das oficinas Paralem do Figurino e Oficina de Bordado Filé. Alguns participantes já tinham experiência na área escolhida, outros participavam pela primeira vez, buscando adquirir novos conhecimentos.
A Oficina Paralem do Figurino, ministrada por Mayra Barroso Faria, figurinista e publicitária que atua na área do teatro, cinema e TV, foi uma oportunidade de os participantes se aperfeiçoarem sobre o figurino no cinema, “pensando sobre as representatividades, as representações das figuras no cinema, o significado, qual a importância da pesquisa, como que a gente pode desenvolver o figurino pensando que a pesquisa é mais importante que tudo, que a gente tem que desmistificar os estereótipos. Além dos processos do figurino, de criação, pesquisa, decupagem, roteiro, o fazer mesmo do figurino”, diz Mayra.
Para Mayra, é muito importante ter esta oficina durante o Festival de Inverno, pois o mercado do cinema está aí, aberto, “e a gente precisa desenvolver isso. Acho que a gente tem pessoas super talentosas que às vezes só precisam de um direcionamento. Pessoas que já estão no mercado, já sabem o que é que tem que fazer, quais são os espaços, mas que é um direcionamento mercadológico, de como se colocar, o que fazer, como falar”.
Um dos participantes, Anderson Bosch, é figurinista há 35 anos, tem uma marca de roupas e atua na área das Artes Cênicas. “Quero cada vez melhorar mais o trabalho. Já conheço o trabalho da Mayra de longe. Queria conhecer de perto o trabalho agora e aproveitar o máximo possível para poder dar um upgrade no meu próprio trabalho”.
Juliana Mazarin tem um ateliê, trabalha com upcycling e está começando a pegar alguns figurinos para fazer. “Fiz alguns no ano passado, e nesse ano, resolvi fazer a oficina justamente para pegar mais dicas, aumentar esse conhecimento, entender melhor como funciona esse mundo do figurino e aproveitar essa oportunidade que a gente está tendo aqui”.
A Oficina de Bordado Filé foi ministrada pela artesã de Alagoas Petrúcia Ferreira López, do Instituto Bordado Filé, que trabalha na região das lagoas, Mundaui e Manguaba, com várias artesãs dando oficina nesta região. “Eu trouxe todo o material, rede, linha, agulha e estou aplicando essa aula mostrando alguns pontos do bordado filé. Então não dá para mostrar todos, são poucos dias, nós temos mais de 400 pontos no catálogo de pontos do bordado filé, mas aqui estamos dando alguns pontos”.
Para Petrúcia, é importante esta difusão de conhecimentos que acontece durante as oficinas no Festival. “Muita gente não conhecia essa técnica e agora está conhecendo. É uma tipologia bem diferenciada, onde envolve duas técnicas juntas, que é fazer a rede do bordado filé e depois bordar os pontos em cima dessa rede. Então fazer essa, vamos dizer assim, difusão desses pontos, dessa técnica, dessa história que é milenar do bordado filé para o povo de Bonito é mais do que agradável”.
Meire Mendonça Mancoelho é artesã da Associação dos Artesãos de Bonito, faz crochê e bordado e decidiu fazer a oficina para aprender um pouco sobre o ponto filé. “Agora eu estou fazendo esse curso aí que eu achei bem interessante, que é o curso de bordado filé que eu não conhecia. Eu ouvi falar, mas não é daqui de Bonito, é da região Nordeste, eu achei maravilhoso porque é diferente. E ontem foi minha primeira experiência e eu gostei muito, achei bem bacana. O artesanato ele é dinâmico, ele expande, é uma coisa que você pode, dentro da minha linha de bordado, o filé entra, né? Então, eu me especializei em bordado livre. E aí eu achei interessante esse bordado filé pra agregar no trabalho. Agrega nas peças, porque a gente trabalha em conjunto na associação, tem pessoas que fazem outro tipo de trabalho. E eu posso agregar o bordado filé com uma outra associada”, finaliza.