Publicado em 22 ago 2025 • por Daniel •
As oficinas no Festival de Inverno de Bonito 2025 têm movimentado a cidade e encantado moradores e turistas. Atividades como capoterapia e cerâmica em argila vêm despertando a curiosidade do público e reforçando a cultura como ferramenta de integração e aprendizado.
O FIB é uma realização do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, por meio da Setesc (Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura) e Fundação de Cultura. O evento segue até o domingo (24).
De acordo com a diretora de Moda e Design da Gerência de Artesanato da Fundação de Cultura, Maísa Areco, o entusiasmo é evidente. “As oficinas estão lotadas, a aceitação foi excelente. Todos os anos as atividades de artesanato no festival fazem sucesso, mas em 2025 percebemos ainda mais interesse, tanto dos bonitenses quanto dos turistas”, afirmou.
Entre os destaques está a oficina de modelagem em argila, conduzida pela ceramista campo-grandense Andrea Lacet, que há mais de 20 anos se dedica ao ofício. A proposta ensina a confecção da “boneca pantaneira”, peça que traduz elementos da fauna, da flora e das tradições de Mato Grosso do Sul.
“A cerâmica é um processo que exige respeito a cada etapa: modelar, esperar, secar. É um artesanato em alta e as pessoas têm demonstrado grande curiosidade. É gratificante apresentar a cerâmica ao público e ver tantos interessados em experimentar”, contou Andrea, que deixou a carreira de psicóloga para se dedicar exclusivamente à arte e hoje mantém um ateliê-escola em Campo Grande.
A artesã Yolanda Prantl, moradora de Bonito, decidiu se aventurar na modelagem em argila e relatou a experiência. “Achei que seria fácil, mas é dificílimo. Já desmanchei minha boneca várias vezes, mas estou adorando. É uma chance única de aprender gratuitamente e, quem sabe, até transformar isso em uma profissão”, disse. Ela também produz sabonetes terapêuticos inspirados no Cerrado, com a marca “Mãos do Cerrado”, incluindo modelos em formato de capivara.
Além das artes manuais, o festival abriu espaço para a capoterapia uma adaptação da capoeira voltada para as pessoas idosas. A atividade, conduzida pelo professor Alessandro Riquelme Ribeiro, o “Mestre Sandrão”, mistura movimento, música e tradição popular.
“A capoterapia resgata a cultura afro-brasileira e, ao mesmo tempo, coloca os idosos em movimento. Isso melhora a qualidade de vida, combate a depressão e devolve a sensação de pertencimento. Muitos redescobrem sua função na sociedade por meio dessas atividades”, destacou.
A nova atividade rapidamente conquistou os participantes, que destacaram os benefícios físicos e emocionais da prática. Entre eles está Eudélia Maria Bueno, de 65 anos, farmacêutica bioquímica aposentada. Ela escolheu Bonito para viver esta nova fase da vida e administra uma pousada na cidade. Para Eudélia, a experiência foi surpreendente. “É algo diferente, divertido e que funciona como uma verdadeira terapia. Além de ocupar o tempo, mantém a mente ativa. Participo do Centro de Convivência às segundas, quartas e sextas-feiras, onde também pratico ginástica e exercícios como agachamento”, relatou.
Sobre a primeira vez na capoterapia, completou: “Achei bem legal a capoterapia porque é diferente do que a gente tem feito aqui, né? E a capoeira é uma coisa que faz parte da cultura do brasileiro. Então por que não diversificar um pouquinho as atividades que a gente vem fazendo como com a capoterapia”.
Ananias Ajala, de 73 anos, também aprovou a iniciativa. “Achei muito atraente. É importante nos mantermos em movimento, e a capoterapia é uma forma cultural e saudável de fazer isso. Além de tudo é uma indicação do meu médico, ele falou que eu não posso parar”.
As oficinas reafirmam o papel do Festival de Inverno de Bonito como espaço de encontro, troca e valorização cultural, unindo tradição, inovação e inclusão em uma das maiores celebrações artísticas do estado.
Acesse a programação completa do Festival de Inverno de Bonito no site: mscultural.ms.gov.br
Bel Manvailer – Ascom FIB 2025
Fotos: Diego Cardoso e Elias Campos – Ascom FIB 2025