Campo Grande (MS) – Discutir propostas para o Plano Setorial de Dança (PSD) foi o que direcionou o encontro realizado no Centro Cultural José Otávio Guizo com artistas e interessados em dança na manhã desta sexta-feira. Vinte e sete pessoas participaram do encontro com a presença maciça de jovens que se envolveram ativamente das discussões.
Eliane Miranda, técnica da Assessoria de Projetos da Fundação de Cultura, fez uma explanação do que vem a ser o PSD que foi elaborado em 2015 e que reúne propostas específicas para a área da dança para os próximos dez anos. O PSD contempla o Colegiado Setorial da Dança e é uma ponte entre a sociedade civil e o governo. O PSD dialoga com Plano Estadual de Cultura, por sua vez com o Plano Nacional de Dança que está dentro do Plano Nacional de Cultura, de forma que já há muito tempo se discute ações e políticas culturais que sejam implantadas como ações de Estado e não de governo, ou seja, políticas que sejam permanentes para a sociedade como um todo.
O Plano Setorial de Dança aponta seis pontos de discussão: Gestão e políticas públicas culturais, economia e financiamento, formação em dança e de público, pesquisa, criação e produção, difusão, circulação, registro e memória. Ao finalizar a apresentação, Miranda pediu aos participantes que se dividissem em três grupos para que pudessem avaliar duas temáticas com pontos fortes e fracos; A dança nas academias, projetos e cursos livres e danças populares. As propostas surgidas dessa discussão serão incorporadas ao Plano Estadual de Dança.
Dentre as propostas apresentadas foram indicadas o mapeamento da dança e dos grupos de danças no Estado, criação de um calendário estadual anual com as danças populares, alteração nos prazos de editais, para que municípios do interior tenham mais tempo de viabilizar a documentação, formação específica na área de dança para atuação no ensino, catalogação de todos os artistas do Estado sendo disponibilizado de forma física e online, oferecer treinamento às empresas de como apoiarem financeiramente eventos culturais, como a utilização da Lei Rouanet, por exemplo. Também foi apontado como propostas; assessoria técnica e jurídica, antes durante e depois dos editais, para que os iniciantes possam adquirir conhecimento de como funciona todo o mecanismo de editais, criar diretrizes onde se possa agregar dança para crianças em editais, projetos e escolas e ainda um festival itinerante que agregue todas as categorias de dança no Estado.
Cada grupo teve a oportunidade de explicar melhor suas proposições e ao final Marcos Matos, que é de Campo Grande e faz parte do Colegiado Nacional Setorial de Dança, destacou, “a gente está no começo de um processo, e o processo é lento, amanhã a gente vai dar um grande passo com a criação do Colegiado Setorial de Dança”. Mattos também disse que o Plano Estadual de Dança vai para consulta pública, e pediu que todos pudessem replicar essa informação para que haja a participação do maior número de pessoas, para que todos possam contribuir, e concluiu, “a gente está lutando por uma política pública efetiva”.
Amanhã às 9h no Centro Cultural José Octavio Guizzo acontece o quarto e último encontro, onde será criado o Colegiado Setorial da Dança, um importante instrumento dentro do Plano Setorial de Dança e que vai contribuir no fortalecimento das políticas públicas voltadas para a dança.