Representantes da Convenção sobre Conservação de Espécies Migratórias de Animais Silvestres, tratado global da Organização das Nações Unidas (ONU), reuniram-se na tarde desta segunda-feira (16 de junho) com os gestores estaduais de turismo e cultura de Mato Grosso do Sul para discutir a estruturação da 15ª Reunião da Conferência das Partes (COP15), que acontece de 23 a 29 de março de 2026 em Campo Grande.
Participaram do encontro o secretário de Estado de Turismo, Esporte e Cultura, Marcelo Miranda, o diretor-presidente da Fundação de Cultura (FCMS), Eduardo Mendes, o diretor-presidente da Fundação de Turismo (Fundtur), Bruno Wendling, os representantes do Ministério do Meio Ambiente Camila Neves Soares Oliveira e Rodrigo Marcos da Costa Braga, além dos delegados da COP15: Maria Jose Ortiz Noguera, Tine Lindberg-Roncari e Nader Ibrahim.
No encontro foram debatidos organização logística da COP15, capacidade da rede hoteleira, transporte, segurança, hospitalidade e valorização cultural e do turismo do Estado, sempre utilizando como base a sustentabilidade e respeito à diversidade.
A 15ª reunião sobre Conservação de Espécies Migratórias de Animais Silvestres reunirá, segundo os representantes das Nações Unidas, cerca de 2 mil participantes de 100 países, entre representantes governamentais, cientistas, povos indígenas, comunidades tradicionais e a sociedade civil de todo o mundo. Eles discutirão meios para enfrentar os desafios urgentes de conservação que acometem milhares de espécies de animais silvestres que cruzam fronteiras internacionais.
Palestras e negociações sobre metas governamentais serão realizadas na zona azul, restrita aos participantes. A organização, porém, prevê a criação de uma zona verde, espaço urbano de fácil acesso onde serão concentradas atrações, debates e intercâmbios culturais, envolvendo a população da Capital nas discussões sobre a proteção da biodiversidade.
A reunião entre os representantes do Estado e delegados da COP15 foi pautada na garantia de acomodação suficiente na rede hoteleira e na ampliação de linhas e de alternativas de transporte. Protocolos de segurança também foram abordados, com controles de acesso de veículos, pessoas e alimentos na área azul.
Também serão seguidas regras que garantem sustentabilidade ao evento, como manejo e reciclagem dos resíduos gerados, opções de cardápios inclusivos em todos os ambientes do evento e diminuição e compensação da emissão de gases como dióxido de carbono.
COP15 – A Convenção sobre Conservação de Espécies Migratórias de Animais Silvestres fornece uma plataforma global para a conservação de animais migratórios e seus habitats, sejam terrestres, aquáticos ou aviários. Desde que a Convenção entrou em vigor, em 1979, 133 países da África, América Central e do Sul, Ásia, Europa e Oceania aderiram.
A COP é o principal órgão decisório da Convenção. Reúne-se uma vez a cada três anos e define o orçamento e as prioridades dos três anos seguintes. Também decide sobre a alteração dos anexos e considera os relatórios submetidos pelas Partes, o Conselho Científico e os acordos estabelecidos sob a Convenção. A última Conferência das Partes, a COP14, foi realizada em Samarcanda, Uzbequistão, em fevereiro de 2024.
Proteção – De antílopes a peixes, baleias a elefantes, morcegos a pássaros e até borboletas, as espécies migratórias atravessam grandes distâncias e ecossistemas, desempenhando papel crucial na manutenção da biodiversidade e do equilíbrio ecológico. Também são indicadores de saúde ambiental e essenciais para o funcionamento de seus habitats.
Além disso, as espécies migratórias apoiam direta ou indiretamente a prestação de importantes serviços ecossistêmicos como polinização, dispersão de sementes, controle de pragas e doenças e ciclagem de nutrientes, que dão suporte à resiliência e produtividade geral dos ecossistemas.
Fornecem, ainda, benefícios econômicos aos povos indígenas e comunidades tradicionais, viabilizando o ecoturismo e a produção de alimentos e equilibrando sua contribuição crucial para a preservação desses animais e seus habitats.
De acordo com o Ministério do meio Ambiente, o risco de extinção para espécies migratórias aumenta globalmente devido à atividade humana, o que evidencia a urgência do aprimoramento e fortalecimento dos esforços de conservação entre os países.
É o que indica o relatório “O Estado das Espécies Migratórias do Mundo”, lançado em 2024 durante a COP14 da CMS. O estudo identificou que as duas maiores ameaças às espécies migratórias são a superexploração e a perda de habitats, quadro agravado pela mudança do clima, pela poluição e pela introdução de espécies exóticas invasoras.