Comemorando 20 anos de estrada, Dimitri Pellz circula por 3 cidades de MS

  • Publicado em 20 out 2025 • por Karina Medeiros de Lima •

  • Corumbá, Dourados e Campo Grande recebem show da banda de rock campo-grandense

    Vinte anos. Duas décadas de suor, guitarras, ruídos e epifanias elétricas. É assim que o Dimitri Pellz completa 20 anos de criação e acende novamente o pavio com a tour FEROZ — três shows gratuitos e acessíveis em Corumbá (22/11), Dourados (28/11) e Campo Grande (29/11). Um giro de reencontros, memórias e novas desordens sonoras, promovendo o intercâmbio entre gerações de artistas e públicos.

    Em 2005 nascia Dimitri Pellz, banda cuja história pitoresca pincela cores revolucionárias e ecos de um rock and roll que nunca sossegou. De lá pra cá, o grupo percorreu festivais como Casarão (Porto Velho) e Bananada (Goiânia), produziu coletivamente seus próprios eventos e incentivou novas bandas com o lendário coletivo Bigorna. Tudo isso entre performances viscerais, capazes de mover partículas, corações e placas tectônicas.

    Mesmo durante o hiato, o público manteve viva a energia dessa entidade sonora. Quando em 2024 o grupo relançou o álbum Trepanador nas plataformas digitais e voltou aos palcos “pra reorbitar a desordem do caos”, ficou evidente que Dimitri Pellz nunca foi apenas uma banda — é uma força telúrica, um grito que ficou guardado na garganta por tempo demais.

    “Voltar a integrar essa gravidade onde nós e o público nos relacionamos em camadas do sensível… onde tudo pode acontecer, se ordenar e desordenar”, diz Maíra Espíndola, voz e corpo incendiário do Dimitri. “A ideia de reorbitar o caos é contrastar ordem e desordem, centro e dispersão — elocubrações de quem ainda acredita na potência do abalo”.

    Nada permanece igual — e é justamente nisso que está a beleza. “A gente redescobrindo a banda de novo é bonito demais”, continua Maíra. “As fibras desse rebelde Dimitri voltando, a gente se colocando de novo em modo de ativação. Estamos resgatando músicas perdidas no passado e a interação com nossos glorioses convidades promete bagunça, caos e revolução”.

    E sim, haverá bagunça. A FEROZ traz para o palco nomes que fazem parte dessa história: Dani Vallejo, intérprete e performer sul-mato-grossense que hoje brilha pelo Brasil; Bosco Batera, uma lenda viva do rock regional; e Fran Cavalheri, artista da dança contemporânea, de mente inventiva e coração imenso. A festa também reúne os velhos parceiros: Letz Spíndola na coordenação geral, Adriel Santos no som e Pedro Laurentino registrando cada faísca com seu olhar de precisão e ruído.

    “Lá atrás, eu e outros quatro grandes amigos apaixonados por música, cinema e literatura ousamos pensar que podíamos fazer parte de tudo aquilo que amávamos”, lembra Heitor Teixeira, baixista fundador. “O resultado foi esse legado de 20 anos — uma marca de sonoridade, rebeldia e ferocidade deixada em um pedacinho da história da música de Campo Grande”.

    O baixo de Heitor segue como pulsação da fera. “Nunca fui estudioso de música”, confessa. “Aprendi tudo ensaiando com o Dimitri. Criar com eles sempre foi fácil: um puxa o caminho e os outros entram na dança. Quando vejo, nasceu uma música nova. O som é corpo coletivo. E é isso que ainda move a gente — esse instinto de manada, essa pulsão animal”.

    A FEROZ é também um retorno afetivo às cidades que moldaram essa história. “Fora Campo Grande, nosso lar de amor incondicional e ódio esporádico, Dourados e Corumbá sempre nos receberam de braços abertos”, conta Heitor. “Corumbá é uma cidade de magia cultural — tocar lá é quase um ritual. E Dourados, com seus festivais, sempre nos conectou a outras bandas, a outras linguagens. É simbólico demais retornar agora com essa energia renovada”.

    Com uma sonoridade que desafia o tempo e o senso comum, a Dimitri Pellz volta a circular o estado em um rito de celebração e desobediência. O show promete ser um encontro entre passado e futuro, entre o ruído e o abraço, entre a faísca e o grito.

    O projeto é realizado com recursos da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), do Governo Federal, através do Ministério da Cultura (MinC), e operacionalizado pelo Governo de Mato Grosso do Sul, por meio da Fundação de Cultura de MS.

    São integrantes do Dimitri Pellz: Maíra Espíndola, vocalista; André Samambaia, tecladista; Heitor Teixeira, baixista; Jean Albernaz, baterista; Michelle Meza, guitarrista.

    Com informações da Assessoria

    Foto: Ana Carolina Fonseca

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    Lei Aldir Blanc

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