Campo Grande (MS) – Muito brilho, colorido, alegria e paixão pela dança do ventre e pelo nosso Estado. As bailarinas que subiram ao palco da Concha Acústica Helena Meirelles nesta noite de domingo, 10 de outubro, eram pura emoção no espetáculo “Nosso Mato Grosso do Sul”, do Studio Nidal Abdul, em homenagem aos 44 anos do Estado.
As músicas eram típicas da nossa região, e os movimentos, oriundos desta dança milenar e sagrada do Oriente, em homenagem ao Estado de Mato Grosso do Sul, que tão generosamente acolheu os imigrantes árabes que vieram viver aqui na região, simbolizados no espetáculo pelo “seu Abdul”, no texto lido pela apresentadora Regina Célia.
Abriram o espetáculo as bailarinas Maria Isabel Carneiro Travi e Adriane Dias Barbosa, com coreografia de véu wing ao som da música “Pássaro Branco”, do Grupo Acaba. “A gente sempre fica um pouco apreensiva, ainda mais por abrir o espetáculo, representar o Studio Nidal Abdul, nos esforçamos para fazer a coreografia de forma correta. Um friozinho na barriga sempre dá”.
Para Maria Isabel, que dança há mais de três anos, a dança é uma expressão da alma. “A gente se torna uma pessoa mais feliz, supera dificuldades, restrições físicas e emocionais também, e a dança tem um caráter terapêutico”. Para Adriane, é uma alegria muito grande, “é uma forma de desafiar a si mesma, de ver que a gente é capaz de se expressar através da dança, é uma satisfação muito grande”.
A bailarina Maria Isabel explica que a coreógrafa Nidal Abdul realiza este trabalho de fusão da dança do ventre com as músicas regionais. “A gente não sentiu nenhuma dificuldade, é só seguir o ritmo da música com os movimentos da dança do ventre”. Adriane diz que foi tudo muito emocionante. “Mato Grosso do Sul é um Estado acolhedor, é um símbolo ecológico mundial, é uma honra a gente homenageá-lo com a nossa dança”.
Adriana Ortigosa pratica a dança há 20 anos e representou o Sol na música “O Sol e a Lua”, de Délio e Delinha. Para representar o Sol ela usou muita força, luz, uma energia mais forte, que tem muito a ver com sua personalidade. “Eu me identifiquei muito quando escolhi participar. É uma paixão a que eu tenho pela dança, é uma libertação para mim, representa bem o universo feminino. Nas primeiras apresentações eu ficava nervosa, hoje não fico mais. É uma emoção muito grande poder fazer parte disso. Eu tenho 44 anos, nasci no ano de criação do Estado de Mato Grosso do Sul. Por isso, para mim é mais gratificante ainda participar!”
Sua companheira de coreografia, Smênia Moura, pratica a dança há dez anos e representou a Lua. Smênia revelou durante a entrevista que a música “O Sol e a Lua”, de Délio e Delinha, foi o tema de amor dos seus pais. “Eu escuto desde sempre. Achei super emocionante dançar, procurei representar a delicadeza, a suavidade, a meiguice que é a lua, com movimentos muito suaves, lembrando sempre da Delinha. É uma música que emociona muito a gente”.
Para Smênia, dançar é muito mais do que executar uma coreografia. “Quando eu estou dançando eu aprendi a colocar a energia dos quatro elementos, a água, o ar, a terra e o fogo, quando eu danço esses elementos estão presentes, é a força dos elementos ligada à força feminina. Por trás do que eu estou dançado eu sempre coloco uma simbologia. O meu figurino tem top lembrando as estrelas, a composição do céu noturno, e a saia clara, representando a luz da lua. Com minha roupa e meus adereços, pensei em tudo o que a lua representa”.
Orgulhosa das suas alunas e feliz com o resultado do trabalho, a bailarina e coreógrafa Nidal Abdul disse que o texto do espetáculo e todo o evento foi inspirado na história do seu avô, imigrante árabe que veio para Mato Grosso do Sul e se estabeleceu como comerciante, “e também em todos os imigrantes, comerciantes, mascates e vendedores, os ‘seu Abdul’ aqui do nosso Estado”.
Nidal afirmou ter a intenção de levar o espetáculo para ser apreciado pelo público do interior, a outros municípios do Estado. “Estou muito feliz com o acolhimento do público do Estado, por ser um espetáculo de fusão, estou feliz por ter a oportunidade de trazer para o público algo novo dentro de uma dança milenar que é a dança do ventre. Eu só tenho a agradecer”.
As atividades em comemoração dos 44 anos de MS promovidas pela Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul continuam nesta segunda-feira, 11 de outubro, com o Show da dama do rasqueado, Delinha e convidados, às 19h, na Concha Acústica Helena Meirelles. No dia 12, também às 19h, é a vez do público conferir no Auto Cine da UFMS, o lançamento dos Documentários MS em Imagens e Sons produzidos durante o curso Ministrado pelo MIS e TVE Cultura – Prêmio Darcy Ribeiro e entrega dos certificados aos participantes do curso.
Encerrando a programação, a Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul vai exibir uma série de lives, do dia 13 ao dia 15, sobre “Cultura, Gestão e Memória em MS”. A iniciativa será transmitida às 19h, pelos canais virtuais da Fundação de Cultura de MS.
Fotos: Daniel Reino