Corumbá (MS) – Começou nesta quinta-feira, 26 de maio, a programação de cinema do 16º Festival América do Sul Pantanal. O Sindicato Rural de Corumbá recebeu hoje, e vai exibir na sexta e no sábado (27 e 28), sempre às 16h30, os filmes produzidos em Mato Grosso do Sul que foram selecionados por meio de edital de seleção de atrações artísticas da Fundação de Cultura.
“As pessoas vão poder conferir produções regionais de diversos gêneros: animação, experimental, documentário, ficção. O que é possível perceber nessas produções é que eles ressaltam muito a cultura regional, a cultura tradicional ou a cultura contemporânea. Os filmes são muito ricos, independente do gênero, muito ricos com a nossa identidade sul-mato-grossense, nossas gírias, costumes, arte, os nossos povos originários como os indígenas, são os temas utilizados nesses curtas, médios e longas metragens”, afirmou a gestora de Artes Visuais da Fundação de Cultura, Lidiane Lima.
Para ela, o áudio visual tem esse papel de trazer à tona a identidade de um local, os costumes, as crenças. “Ele traz na telona diversos conceitos no âmbito emocional, econômico, cultural, social, é um retrato, um espelho de alguma realidade que o cineasta quer contar. Então, a partir do momento que a gente valoriza e assiste aos nossos filmes, a gente acaba nos instruindo mais ainda sobre nossa identidade e também contribuindo para a memória, para que gerações futuras saibam de todo esse contexto cultural nos nossos elementos que compõem nossa identidade”.
Hoje foram exibidos os filmes “O Kunumi e o Curupira”, de Tatiana Varela Besteiro, “Campo Grande das Araras”, de Lu Bigattão Rios e Rosiney Bigattão e “Com a palavra o poeta”, dirigido por Fabricio Borges.
Presente na exibição, a diretora Lu Bigatão, explicou ao público que o filme “Campo Grande das Araras” é um filme recente, foi feito o ano passado.” A ideia é mostrar um pouco do ponto de vista das aves. Então a gente trabalhou bastante com drones, com as câmeras altas, porque tem muita arara em Campo Grande, todo mundo fica muito surpreso, e aí a gente resolveu mergulhar nessa história, eu faço a direção junto com a minha irmã a Rosiney Bigatão, e a Fernanda Kunzler que está aqui trabalhou na produção. Nós estamos sempre buscando reproduzir o ponto de vista dos animais, para mostrar que este planeta não é só nosso, tentar ter uma ideia de como é que os animais se sentem neste mundo onde a gente faz tudo do nosso jeito sem pensar muito neles”.
Lu Bigatão afirmou estar feliz por haver um edital em que as produções regionais pudessem concorrer para serem exibidas durante o Festival. “Fico muito feliz que eu vim com o filme, minha irmã conseguiu ter outro filme aprovado. Eu acho importante, porque quando a gente produz um material, a gente quer que as pessoas assistam. A gente trabalha com esse registro da história sul-mato-grossense e é para o sul-mato-grossenses assistirem. E quando você conhece a história você valoriza muito mais, você passa a respeitar muito mais. É como dizem: um povo sem história não tem memória, um povo sem memória não tem história. Então o nosso papel é esse, é de registrar e poder divulgar para que cada vez mais pessoas possam ter acesso a esse material”.
Regina Célia Leite Crivelini, de Corumbá, veio prestigiar o cinema regional porque se diz apaixonada por cinema e pela arte de uma maneira geral: “Preciso conhecer o que nosso Estado está produzindo, quem são os artistas, quem são os cineastas, quem são os atores, as atrizes, eu gosto de saber. Eu adorei os filmes de hoje, achei de uma poesia, de uma beleza visual, assim, o olhar da ave, de uma poesia, a sensibilidade de ver o olhar da ave à cidade que o acolheu”.
Lidiane Lima convida a todos que estiverem em Corumbá por esses dias para assistir aos filmes regionais que serão exibidos durante o Fasp: “Quero convidar todo mundo para assistir os filmes regionais daqui de Mato Grosso do Sul, realizações riquíssimas de diversos gêneros ressaltando a identidade cultural do nosso Estado, nossas crenças, costumes, povos originários, cultura popular, no Sindicato Rural de Corumbá. Começa sempre às 16h30, nos dias 26, 27 e 28”.
Fotos: Alvaro Herculano