O Museu da Imagem e do Som de Mato Grosso do Sul – MIS/MS, unidade da Fundação de Cultura de MS é uma instituição voltada a resguardar os registros materiais de imagem e som do povo sul-mato-grossense, acondicionado em reserva técnica moderna, acompanha os padrões internacionais de preservação e conservação: controle de temperatura e umidade, higienização, armazenamento e no mobiliário para armazenamento.
O MIS/MS tem um acervo aproximado de 200 mil itens, segundo levantamento realizado de 2014 a 2017 pelo Plano de Catalogação, desse montante cerca de 5 mil itens são relacionados a registros de filmes em diversos formatos: VHS’s, Matic, Película, Dvd’s entre outros suportes. Desse montante, as películas representam cerca de 1500 itens, que se dividem em 3 (três) categorias: 35mm (milímetros), 16mm e 8mm.
Essas películas geralmente apresentam três tipos de composições químicas: Nitrato de celulose (películas antes de 1950), Acetato de celulose (1960-1980) e Poliéster (1980 em diante). O material que pode ser inflamável em altas temperaturas são as películas de Nitrato de celulose, anteriores a 1950, porém, o MIS não tem nenhum tipo desta película em seu acervo. As peças que tinham essa característica foram enviadas para restauração em convênio com o Cedoc/Tv Cultura em 2020.
Sendo que as películas restantes são principalmente da década de 1979-80, justamente, filmes que documentam a criação do estado. Estas, já em sua grande maioria são compostos de Poliéster, um material bem mais seguro, que não corre o risco de combustão espontânea.
“O grande público precisa entender que a reserva técnica, o espaço onde é armazenado o acervo, é diferente do espaço de exposições e auditório. O controle de temperatura e umidade é feito no espaço da reserva técnica. Já o espaço de exposição e auditório não são regidos pelas regras da reserva técnica, vão de acordo com as pessoas que estão nessas áreas de convivência”, afirma Suzana Barbosa, especialista em Museografia e Patrimônio Cultural pela Faculdade Claretiano, Coordenadora do Núcleo de Conservação do MIS/MS.
“Há um grande ‘frisson’ acerca do acervo do Museu da Imagem e do Som de MS, porém, nossa reserva técnica tem mobiliário moderno e controle de temperatura. Todos os aparelhos de ar condicionado da reserva técnica estão em perfeito estado de funcionamento, tendo inclusive a manutenção preventiva sido realizada no mês passado por empresa especializada” afirma Alexandre Sogabe, Coordenador do MIS/MS.
“Essa polêmica mostra que a população está interessada na preservação do acervo e na integridade dos registros que compõem a Memória do estado, é uma Oportunidade de mostrar que o Governo do Estado é responsável e tem feito o seu trabalho de preservar a Patrimônio de Mato Grosso do Sul” pondera Max Freitas, Diretor-Presidente da Fundação de Cultura.
O MIS/MS conta ainda com a Curso de Análise Física de Película Cinematográfica em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul/Curso de Audiovisual, ministrada pela Prof. Dra. Daniela Siqueira, que faz o trabalho de acompanhamento e assessoria técnica a respeito das películas do Acervo do MIS. Nas atividades os alunos do Curso de Audiovisual fazem a parte prática da Disciplina de Preservação do Curso de Audiovisual no MIS. Nas aulas contribuem com a avaliação das películas do acervo do Museu, sobre a orientação da Prof. Dra. Daniela, uma das maiores autoridades no assunto do estado.
“O Mis de MS tem quase 30 anos de história e nunca registrou nenhum incidente envolvendo o acervo, acredito ser muito pouco provável que algum problema venha acontecer, tendo em vista todos os cuidados que tomamos” afirma Alexandre Sogabe, um dos responsáveis pela manutenção do Museu.
Por fim, o MIS conta com uma equipe de trabalho de 3 pessoas para cuidar exclusivamente do acervo, que está com o acondicionamento adequado e controle de temperatura. Além disso, parte do trabalho de higienização e acompanhamento das películas é conduzida por uma autoridade no assunto. A Fundação de Cultura e o Governo do Estado tem feito seu trabalho de cuidar do patrimônio e zelar pela memória de MS.
Foto: acervo MIS