A oitava edição da Flib (Feira Literária de Bonito) colocou em destaque debates e discussões significativas na área da literatura. O evento contou com lançamentos de livros, palestras e rodas de conversa sobre a literatura de Mato Grosso do Sul e do Paraguai, além de um bate-papo institucional com o Ministério da Cultura, a editora Companhia das Letras e o Itaú Cultural. O Governo de Mato Grosso do Sul, por meio da Setesc (Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura) e da FCMS (Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul), apoiou o evento, auxiliando na infraestrutura e com apresentações de artistas locais.
A Roda de Conversa “Do livro ao leitor: o papel das instituições” teve a participação de Andressa Marques da Silva, do Ministério da Cultura; Max dos Santos, da Companhia das Letras; e Roberta Roque, do Itaú Cultural, com mediação de Melly Sena, do Proler MS. Andressa comentou sobre o Plano Nacional do Livro e Leitura. “O Plano, que está em atualização, já existe desde 2006. Agora, estamos estabelecendo metas e ações em parceria com a sociedade civil, visando fomentar o acesso aos livros de maneira objetiva. Um exemplo é o PNLD Mais Bibliotecas públicas e comunitárias, com estratégias firmadas com o FNDE e o MEC para a renovação de acervos”.
Max dos Santos, da Companhia das Letras, falou sobre iniciativas para ampliar o número de leitores. “Destaco nosso clube de leitura nacional, que promove encontros de autores e leitores, e a circulação de autores em feiras e festivais, que ajuda a conhecer diferentes territórios do Brasil”.
A Roda de Conversa “Entre o traço, a tinta e o texto” reuniu os quadrinistas Marina Duarte, Dudu Azevedo, Fabio Quill e Fred Hildbrand, com mediação de Melly Sena. Marina abordou sua experiência no universo dos quadrinhos. “Sempre tive interesse por quadrinhos, mas era um espaço dominado por homens. Decidi entrar nesse universo e criar narrativas que subvertam o machismo presente na área. A presença de outras mulheres nesse campo foi fundamental para a minha trajetória”.
Psicóloga aposentada, Isabel Fiorezi lançou seu livro “Dupla Identidade” e compartilhou seu processo de produção. “Eu escrevo intuitivamente, criando personagens e desenvolvendo a história como um roteiro de teatro. A ideia de ‘Dupla Identidade’ surgiu da minha admiração pela cultura indiana. Eu queria trazer a Índia para o Brasil e levar a história até a Índia para encontrar uma solução”.
Nycolas Verli, de Rio Brilhante, participou do Dedo de Prosa com Jander Gomez, Eva Vilma, Emmanuel Marinho e Vini Willyan, e destacou a importância de representar seu município na Flib. “Em minha região, a literatura não é tão explorada. Participar deste festival é uma oportunidade de mostrar a cultura local. Meu livro ‘Águas Turvas’ aborda emoções universais e vivências do interior, refletindo aspectos sociais e psicológicos da adolescência”.
A Roda de Conversa com a delegação do Paraguai contou com Oscar Mosqueira, do Circuito Cultural Guarani; Marco Augusto Ferreira, da Associação dos Escritores do Paraguai; Victor Ailton, da Associação de Guionistas do Paraguai “Kuatia”; e Celso Franco, ator, produtor, compositor e guionista, com mediação de Rodrigo Teixeira e Lucilene Machado. Marco Augusto enfatizou a necessidade de intercâmbio literário entre Brasil, Mato Grosso do Sul e Paraguai. “Precisamos romper as barreiras físicas e promover a troca de livros, traduções e histórias entre nossas culturas. É essencial que nossos livros tenham espaço em livrarias, escolas e bibliotecas, para que leitores possam conhecer histórias comuns”.
Karina Lima, Comunicação Setesc
Fotos:Samuel Rocha