Campo Grande (MS) – O Museu de Arte Contemporânea abriu na noite desta quarta-feira, 30 de novembro, a sua 4ª Temporada de Exposições 2022. Foi uma noite festiva em que foram abertas as salas com obras de Wendel Fontes (Campo Grande – MS), Fabiana Silveira (Campo Grande – MS /Girona – Espanha), a Mostra Retrato Falado (um recorte do Acervo do MARCO) e Casa Nova!, que consiste numa seleção de parte das 50 obras doadas pelo Itaú Cultural nesse ano para o MARCO.
A coordenadora do Marco, Lúcia Monte Serrat, falou um pouquinho sobre as exposições: “É um prazer imenso estar aqui com vocês. Hoje é um dia muito especial. Nós temos aqui no Marco as quatro salas: duas representadas pelos artistas Wendel e Fabiana, e duas salas com acervo do nosso museu. Nós recebemos este ano uma doação do Itaú Cultural e nesta sala maior, estamos expondo uma parte do que nos foi doado. E na sala menor temos a exposição Retrato Falado, em que trazemos vários artistas que trabalham com seus retratos”.
“Este foi um ano de grandes desafios para nós. Tivemos duas grandes perdas este ano: nós perdemos a Cristilaine, no começo do ano, uma colaboradora do nosso museu, e agora neste final de ano nós perdemos o seu Valdô, que era nosso montador das exposições. Esta exposição foi montada com muita garra, coragem, com os esforços de toda a equipe”.
O artista visual Wendel Fontes falou em nome dos expositores desta quarta temporada. “Eu gostaria de começar agradecendo à Fundação de Cultura, ao Marco, na pessoa da professora Lúcia Monte Serrat e à sua equipe, que tratou com muita seriedade cada etapa da montagem, sou muito grato por poder expor meu trabalho aqui no museu. Gostaria de parabenizar a Fabiana Silveira, que está compartilhando este momento comigo aqui nesta noite. Esta quarta temporada fecha um ciclo de quatro temporadas de exposições em 2022, que deveriam ter ocorrido, na verdade, em 2020. Tivemos a pandemia, todo mundo sabe como foi difícil, e desde então tivemos muita ansiedade, muita preocupação, sem saber realmente se ia acontecer ou não, e estamos aqui esta noite. Eu estou muito feliz por todas as oportunidades que nós tivemos. Fazer arte neste período é realmente um desafio. Apesar de todas as dificuldades, esta noite é uma noite de celebração, da nossa capacidade de trabalhar, antes de qualquer coisa”.
Presente na abertura, o diretor geral da Fundação de Cultura, Zito Ferrari, parabenizou a todos os artistas, a toda a equipe do museu, “por mais um momento que nós estamos colocando para a população, para os sul-mato-grossenses, a oportunidade de conhecer um pouquinho do nosso acervo, conhecer um pouco o trabalho dos artistas”. “Este espaço é de vocês. Nós só fazemos isso para vocês, para a comunidade. O Governo do Estado de Mato Grosso do Sul trabalha para atender a comunidade. O que nós queremos é que vocês conheçam um pouco desse espaço. Este ano nós tivemos a recuperação de vários prédios, de várias unidades que o Governo está restaurando por meio da Gerência de Patrimônio: o Castelinho de Ponta Porã, a Casa do Artesão, o Centro Cultural José Octávio Guizzo, o teatro Aracy Balabanian, a igrejinha da Tia Eva, enfim, uma série de equipamentos culturais que estavam esquecidos, e que esse nosso governo teve a sensibilidade de olhar um pouquinho para a cultura, não só fazendo o fomento aos artistas em todos os segmentos, mas recuperando o nosso patrimônio histórico e cultural. Ano que vem, com certeza, faremos outras aberturas de temporadas de exposições como essa. Parabéns”.
Wendel Fontes, único artista presente na ocasião, falou um pouco sobre o seu trabalho: “Eu sou do Rio de Janeiro, vim para cá em 2018, e meu processo criativo é andar na rua, ver o pessoal na rua trabalhando. E quando eu cheguei aqui eu vi que tinha muito artista de rua, malabarista, e a maioria vindo de países vizinhos. E eles faziam todo um trajeto, eu descobri que eles tinham um itinerário, não andavam aleatoriamente. E é realmente uma vivência nômade, que é o tema da minha exposição. E isso me chamou muito a atenção, eu fui conhecendo cada um deles, conversando, entrando um pouquinho no dia-a-dia deles ali e registrando estes momentos, pintando, fazendo ensaios fotográficos, e foi isso que aconteceu”.
Marilda Silveira e Antônio Carlos, pais da artista Fabiana Silveira, explicaram porque a filha não pôde estar presente: “A Fabiana está em Barcelona, ela trabalha, não teve férias, por isso não está aqui. Ela é design gráfico e trabalha também com aquarelas. Ela mandou as obras, nós montamos aqui, mandamos pôr na moldura, fazer as caixinhas de acrílico. Nós estamos muito felizes e realizados. Temos que agradecer o Marco por esta oportunidade para valorizar os artistas, a gente fica muito contente”.
Frequentando as exposições, a artesã Alice de Matos Batista achou muito interessante as obras. “Acho que deveria ter sempre exposições pela cidade. Tem várias salas com obras. Achei bem legal a doação do acervo do Itaú para cá, a gente precisa de cultura. Eu trouxe meu filho, Israel, de três anos, é a primeira vez dele no museu. Eu decidi trazê-lo para ele ter este primeiro contato com as artes. Faz parte do desenvolvimento dele ter contato com as artes. É importante para ele começar a se interessar”.
Sua amiga Ligia Rocha, artista visual, também trouxe seu filho Vicente, de seis anos. “É a primeira vez que ele vem ao Marco. Está sendo uma experiência divertida para ele, porque tem outras crianças, e além de ele olhar o que está no entorno, ele ainda consegue brincar. A gente consegue conciliar o lúdico com o visual. Eu observo as obras de arte, contemplo, faço as minhas reflexões, e também tenho que estar de olho nele. Eu estou gostando muito desta temporada, principalmente porque tenho uma amiga que está expondo, a Fabiana, ela trabalha com aquarela, que é uma técnica com a qual eu também trabalho. Então ver um trabalho de perto, dela, que a gente conversa muito, troca muito, para mim é muito especial, estar tendo o contato com o trabalho da Fabi ao vivo e a cores. E também do acervo que tem aqui do Marco e da doação do Itaú Cultural, que são obras que eu ainda não tive contato, eu quero olhar com mais tempo para detalhar, ver de fato, interpretar e fazer a minha análise também. Está fantástico, o campo-grandense tem que vir, tem que prestigiar. Eu faço aqui um convite a todos para prestigiar esta quarta temporada no Marco”.
A 4ª Temporada de Exposições do Museu de Arte Contemporânea fica aberta ao público de 30 de novembro de 2022 a 12 de fevereiro de 2023, sempre com entrada franca. O Marco fica na Rua Antônio Maria Coelho, nº 6000, no Parque das Nações Indígenas. As visitações podem ser feitas de terça a sexta, das 7h30 às 17h30. Sábados e domingos das 14 às 18 horas. Para mais informações e agendamento com escolas ou grupos para realização de visitas mediadas com as arte educadoras do Programa Educativo, basta ligar no telefone (67) 3326-7449.
Texto: Karina Lima
Fotos: Ricardo Gomes