Campo Grande (MS) – Com expectativa grande para a abertura de edital do Fundo de Investimentos Culturais (FIC), produtores culturais, artistas e técnicos da área cultural lotaram a sala de reuniões Rubens Corrêa hoje (13), no Centro Cultural José Octávio Guizzo. Eles foram participar de curso de capacitação em elaboração de projetos para o FIC. O fundo, inclusive, foi publicado nesta sexta-feira (13), em Diário Oficial do Estado e pode ser acessado aqui.
Ministrado pela gerente do Fundo de Investimentos Culturais (FIC), Solimar Alves de Almeida, o curso começou às 8h, com explicações sobre os requisitos para aprovação de projeto. “O projeto inscrito deverá ter caráter estritamente cultural, com utilização de recursos humanos, materiais e naturais disponíveis no Estado de Mato Grosso do Sul. Também vale ressaltar que todos os projetos devem prever ações de acessibilidade, de democratização das ações culturais e que minimizem impacto ambiental”, disse ela.
Presente no curso, o fotógrafo Aurélio Vinicius, 48 anos, resolveu pôr em prática seu projeto de curta metragem sobre um triângulo amoroso. “É uma peça teatral sem diálogo, mas com dança e música. Há muitos anos tenho esse projeto em mente e agora com o FIC, ele reacendeu”, contou.
Com roteiro já escrito e parceria com cineasta, Aurélio prevê um orçamento de R$ 35 mil para custear viagens no interior do Estado, equipamentos, contratação de pessoal entre outros fatores que envolvem a peça. “Quero realizar filmagens em pontos turísticos do Estado. São muitas ideias para colocar em prática”, disse.
Também animado com o FIC está o músico, Daniel Duarte Campos, 41 anos. Ele possui há 9 anos, projeto de musicalização infantil e balé que atende 190 crianças na região do Los Angeles, em Campo Grande. Com muita luta, segundo ele, o projeto tem sobrevivido por meio de apoio e realização de rifas e sorteios. “No início eu trabalhava numa empresa privada e conseguia arcar com as despesas, mas agora o projeto tomou uma proporção muito grande e preciso de mais ajuda”, afirmou.
Segundo Daniel, o projeto ensina crianças de 04 a 18 anos a tocarem instrumentos musicais como violão, percussão, violino, saxofone, trompete e outros. “Esses instrumentos têm a manutenção muito cara. Em seis meses, o gasto com o projeto é por volta de R$ 100 mil”, afirmou o músico que solicitará o teto máximo permitido no FIC, o de R$ 250 mil. “Menos do que isso não dá. Instrumento clássico é muito caro”, ressaltou.
Animada com o curso, a psicóloga e contadora de histórias, Tatiane Deconto, 40 anos, comentou que a expectativa da classe artística com o FIC era muito grande. “O lançamento desse edital é esperado há muito tempo. Desde 2015 não tínhamos uma possibilidade de recurso como esse. Por isto está tendo tanta procura aqui hoje”, afirmou.
Com projeto já elaborado sobre a vida da pintora e desenhista brasileira, Lídia Baís, Tatiane ainda não sabe quanto vai precisar para realização do projeto. “Estou achando ótimo esse curso, pois agora vou poder colocar no papel e ver o quanto vou precisar de investimento para a publicação do livro que já está escrito”, falou.
Segundo Solimar, serão 6 milhões de reais disponibilizados para projetos culturais, sendo R$ 4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais) destinados a Pessoas Físicas e Pessoas Jurídicas de Direito Privado de Natureza Cultural sem fins lucrativos e R$ 1.200.000,00 (um milhão e duzentos mil reais) para Pessoas Jurídicas de Direito Público, ou seja, prefeituras ou órgãos municipais de cultura do Estado de Mato Grosso do Sul.
Para saber mais detalhes sobre o edital e como elaborar o projeto, entre em contato com o setor responsável pelo FIC, no telefone: (67) 3316-9324.