Campo Grande (MS) – O que o audiovisual pode trazer como experiência educacional nas escolas municipais? Essa resposta o projeto em Educomunicação da Reme encontrou no 1º Festival de Cinema da Rede Municipal de Ensino, resultado do projeto que este ano decidiu trabalhar com cinema.
O Museu da Imagem e do Som, unidade da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, é parceiro, oferecendo uma formação na área de cinema para professores da Reme inseridos no projeto de Educomunicação. Nestes encontros, foi repassado para os docentes participantes todo o processo de produção cinematográfica, desde a elaboração do roteiro, captação de imagens e edição, pós-produção.
O Festival recebeu inscrição de 30 curtas, que estão sendo exibidos nesta sexta-feira, 22 de novembro, no auditório do MIS. As exibições são abertas ao público e com entrada franca.
Solange França Silva, que está à frente desta ação do projeto de Educomunicação na Secretaria Municipal de Educação de Campo Grande, trabalha com colaboração das professoras Maria Ivonete e Maria Maissum. Ela ficou surpresa com a qualidade dos curtas inscritos e com o interesse dos alunos. “Para as escolas que estão se iniciando nessa linguagem, mesmo as escolas não dominando as técnicas necessárias do cinema, buscaram temas relevantes e colocaram os estudantes como protagonistas, foi um trabalho muito bom. Nenhum dos 30 inscritos fugiu ao que foi proposto: educação, comunicação, conteúdos de sala de aula e transversalidade dos temas. Eles tiveram uma visão crítica do que eles abordaram, numa linguagem diferenciada, que é o audiovisual. E o Festival deu mais clareza a eles do que é a educomunicação”.
A coordenadora do MIS, Marinete Pinheiro, explicou que o Museu decidiu realizar a exibição dos inscritos para que as pessoas pudessem conhecer um pouco do trabalho que foi realizado. “O MIS agradece a parceria com a Reme e os professores que aqui vieram fazer o curso de formação. A gente considera que o Festival é um sucesso. Espero que o cinema tenha contribuído nesse processo educacional e artístico. É fundamental a gente se conhecer em imagem e som. A visão que temos da nossa escola muda quando a gente se vê”.
Alunos e professores da Escola João de Paula Ribeiro estiveram presentes na exibição desta manhã, no MIS. A escola se inscreveu no Festival com o curta “Cotidiano Interrompido”. Suely Lopes de Farias, coordenadora do projeto na Escola, e os alunos da 8ª série, Carlos Eduardo Souza Sales, Cezar Dias Martins e Ana Clara Bento Sanches, participaram da realização do curta e ficaram muito felizes em ver o resultado final. “Muito legal ter essa experiência, estar participando de um filme assim. Nosso curta foi sobre o preconceito, é bom poder refletir sobre a situação do preconceito racial, que mesmo depois da abolição da escravidão no Brasil, ainda continua”, diz Carlos.
Da esq. p/ dir.: Carlos Eduardo, Cezar Martins e Ana Clara Sanches, com a coordenadora Suely
A coordenadora Suely estava muito orgulhosa dos alunos: “Há dois anos existe o projeto na escola, mas pela primeira vez trabalhamos com audiovisual. É uma experiência nova, a princípio a gente acha que não vai conseguir, mas foi um desafio. Os alunos são maravilhosos, eu não tive dificuldade com eles, foi muito gratificante”.
O Festival é realizado em parceria entre o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, por meio da Fundação de Cultura e Museu da Imagem e do Som, e a Secretaria Municipal de Educação, da Divisão de Tecnologia Educacional e do Projeto Diálogos em Educomunicação Rádio na Escola.
A seleção dos dez melhores será feita por um corpo de jurados e a premiação será realizada no dia 25 de novembro, às 13h30, no Teatro Glauce Rocha. Os vencedores receberão o Troféu de mesmo nome do teatro.
Confira aqui os 30 curtas que estão sendo exibidos no MIS. Às 15h30 acontece outra sessão.
Serviço: O MIS fica no 3º andar do Memorial da Cultura e da Cidadania, na Avenida Fernando Corrêa da Costa, 559, Centro. Mais informações pelo telefone (67) 3316-9178.
Fotos: Nivaldo Júnior