Campo Grande (MS) – Foram abertas à visitação do público nesta quinta-feira (07.06) às 19 horas, as exposições selecionadas por edital “Cores no formato de poesia, história e cultura”, do artista Vitor Hugo Souza e “Melancholía”, do artista Daniel Cota, respectivamente na galeria Wega Nery e na sala Ignês Corrêa da Costa, no Centro Cultural José Octávuo Guizzo. Apesar do frio que fez na noite de ontem, o público compareceu para prestigiar os artistas da nossa terra.
Vitor Hugo Souza, de Corumbá, tem uma carreira consolidada como artista plástico, muralista e designer de estamparia em camisetas. Representou Mato Grosso do Sul no Projeto “Brasis”, da Funarte, no Rio Grande do Sul, em 2013, expôs no 14º Festival América do Sul Pantanal, no Centro de Convenções, em Corumbá, e sua marca de camisetas Ghost Flowers conquistou vários Estados do Brasil, além da Alemanha e Japão.
Nesta exposição no Centro Cultural ele traz telas a óleo em que valoriza as formas geométricas, que ele chama de “cubismo contemporâneo”, a música, a mitologia grega, a natureza e os índios. “Não quis representar uma etnia em si, mas o índio de forma mais poética. Gosto que a pessoa interprete minhas telas da maneira dela. Os títulos das obras são apenas uma sugestão de interpretação para as pessoas”.
O artista está muito contente em expor suas obras no Centro Cultural. “Estava procurando participar de alguns editais, achei este interessante e quando fui selecionado fiquei muito contente, me sinto mais motivado para produzir mais. Fiquei tão empolgado que pintei uma obra pensando neste espaço. O suporte que está sendo dado ao artista aqui é formidável”.
Daniel Cota está iniciando nas Artes Plásticas. Formado em Artes Visuais pela UFMS, já participou de algumas coletivas, e esta é sua primeira individual. Manifesta preferência pela técnica de aquarela. “O trabalho é diferente, não precisa de uma pincelada cirúrgica, é mais livre para trabalhar, mais leve. Minha mão sempre foi mais leve, aí a aquarela foi melhor que outras técnicas”.
Para compor as obras desta exposição, o artista buscou inspiração em fatos de sua vida, em uma depressão que passou por seis anos. “Na faculdade eu aprendi a lidar melhor com essa questão. Fiquei muito mais sensível. Nesta exposição eu faço uma comparação da depressão com a peste negra, como o ‘mal do século’. Os médicos usavam máscaras para se proteger da peste. Já a melancolia é uma coisa que você não enxerga”.
Daniel diz que, a partir desta sua primeira exposição individual, sua carreira adquiriu mais sentido. “Arte é expressão, é sensibilidade, é uma religião para mim. Acho muito importante este espaço, porque faz mais sentido para o estudante saber que ele vai ter uma oportunidade quando se formar. Tem instituições que são muito elitistas e perdem a oportunidade de conhecer bons trabalhos que são feitos”. A coordenadora do Centro Cultural José Octávio Guizzo, Luciane Kreutzer, concorda: “A cada dois meses teremos duas exposições de artistas nacionais e regionais e também abriremos espaço para artistas iniciantes. O artista precisa expor seu trabalho para consolidar sua arte. Estamos abrindo nosso espaço aqui. Estamos aqui de coração aberto para tornar o Centro Cultural cada vez mais vivo”.
As exposições estarão abertas à visitação até 7 de julho, de terça a sexta-feira das 8 às 22 horas e sábado das 8 às 18 horas. O Centro Cultural José Octávio Guizzo fica na rua 26 de Agosto, 453, entre a Calógeras e a 14 de Julho. Informações pelo telefone (67) 3317-1795.
Fotos: Daniel Reino (FCMS)