Campo Grande (MS) – Os músicos Ariadne e Simona, que se apresentaram no Som da Concha deste domingo, 03 de outubro de 2021, agradaram ao público, que acompanhou de pé, com muita alegria e entusiasmo, as canções autorais apresentadas nos dois shows. Ariadne, com suas canções minimalistas brasileiríssimas, e Simona, há 71 anos na estrada, com o seu rock estilizado, levantaram as pessoas da arquibancada, que acompanharam de pé, ao som de palmas, as belas músicas que foram interpretadas.
Ariadne, durante o show de abertura, era pura energia. Ela se movia o tempo todo no palco, conduzindo o show com muita adrenalina. A compositora confessou, para a plateia, que está passando por um processo de amadurecimento para poder compor com mais disciplina. Depois do show, em entrevista, ela se aprofundou sobre o assunto. “Para compor, não basta a inspiração. É necessário ter disciplina mental. Hoje eu não tenho muito, estou em busca dessa disciplina de composição, que precisa de foco. Acabo escrevendo o que eu sinto”.
Para ela, fazer o show nesta noite foi muito emocionante. “Tive que me controlar para não ter a voz embargada do choro. Depois de dois anos ficando dentro de casa, você poder sair do limbo em que todos nos encontrávamos e ver as pessoas que você ama contemplando este momento, é muito emocionante. A música é uma troca instantânea de energia. É muito bom poder cantar a sua música, poder tocar músicas autorais. Algumas pessoas até cantaram junto porque já conheciam a música”.
Logo depois, Simona trouxe para o show de encerramento uma banda de primeira com músicos experientes, como Guilherme Cruz na guitarra, Rodrigo Teixeira no baixo e Ju Souc na bateria, que souberam acompanhar com muita energia no som a voz contagiante e o carisma da atração principal da noite. Era visível a alegria de Simona por subir ao palco do Som da Concha e poder apresentar sua música para o público, maravilhado com seu swing.
“A música me trouxe toda a alegria de viver que eu tenho, a alegria de fazer as pessoas felizes também. Quando eu era criança e morava em Terenos, em engraxava sapatos e aos sete anos de idade as pessoas já me falavam que eu ia ser cantor, porque eu engraxava e cantava. As pessoas pagavam o serviço e me davam um dinheiro a mais pela música, como um incentivo. Hoje eu não acredito que estou com 71 anos, mas é verdade”.
Ao ser perguntado sobre seus projetos para o futuro, o músico que fez a plateia acompanhar seu show de pé disse que gostaria de continuar a trabalhar no projeto da Prefeitura em que ensina crianças carentes gratuitamente a tocar violão, há mais de 11 anos. “Gostaria de dar continuidade ao projeto e ser chamado para mais shows. A música foi um dom que Deus me deu e tem muita gente precisando nessa vida, sinto felicidade de ver as pessoas aprendendo”.
Simona convida as pessoas para prestigiarem os músicos nos próximos shows no projeto Som da Concha: “Tomara que o pessoal prestigie os próximos show aqui na Concha. Está todo mundo carente, tanto o público quanto o artista, por causa da pandemia, de bons momentos com música”.
Os amigos e estudantes Nathan Espíndola, Anna Lipka, Rafaela Silva e Miguel Zárate concordam. Eles vieram ao show desta noite especialmente para prestigiar a amiga e professora da Anna, a cantora Ariadne. “Ela tem um estilo incrível. E faz tempo que a gente não tem apresentação cultural boa e presencial. É bom que as coisas estão voltando ao normal, e a gente sente mais liberdade na Concha porque é ao ar livre, e é mais fresco”.
O casal Allan Souza, engenheiro florestal, e Luana Moura, geógrafa, ficaram sabendo do show por meio do Instagram da Fundação de Cultura. Eles vieram para curtir o show e espairecer um pouco. “Depois da pandemia é a primeira vez que viemos. Nesse contexto em que está tendo poucos casos de Covid, a vacinação está avançada, faz bem um show neste ambiente aberto, até porque contribui para a saúde mental das pessoas”.
E para você que gosta de boa música autoral feita aqui em Mato Grosso do Sul, fique ligado! A próxima edição do projeto Som da Concha acontece no dia 16 de outubro, com Kelly Lopes e Os Alquimistas e no domingo 17 é a vez de Rodrigo Nogueira e Otávio. Mais informações sobre as próximas edições serão divulgadas no site e nas redes sociais da Fundação de Cultura.
Fotos: Daniel Reino