Para dançar, basta primeiro querer dançar. Quem busca as danças urbanas almeja antes de tudo a liberdade nos movimentos, sem se prender a uma técnica específica. Ao menos foi isso o que jovens e adolescentes que participaram nesta quinta-feira (18) da oficina de vídeo-dance, na Associação dos Moradores da Coophavila II, pareciam mostrar.
Um dos estilos de dança mais vistos em vídeo clipes e shows dos últimos tempos, o vídeo-dance emprega técnicas combinando força, leveza, interpretação, sensualidade e atitude. Parte da Semana pra Dança – evento organizado pela Fundação de Cultura do Mato Grosso do Sul (FCMS) e Câmara Setorial e Dança de Campo Grande – o workshop de vídeo-dance foi ministrado no bairro Coophavila II, pelo artista de dança, graduado em educação física e pós graduado em Dança e Expressão Corporal, Thiago Mendes, que implantou um hibridismo das danças urbanas, com movimentação de jazz, capoeira, ballet e de outras modalidades.
Era necessário ter alguma experiência em dança urbana e ter acima de 13 anos para participar da oficina. É o caso de Luana Fermino, de 17 anos, integrante do Soul Dancers. Além de participar para aprender novas técnicas, se diz interessada na interatividade entre grupos. “É claro que nosso objetivo é sempre se renovar, conhecer novos passos e coreografias, mas eu quis participar principalmente para conhecer novas pessoas que também gostam da dança urbana, interagir com eles”, contou a estudante do colégio Blanche dos Santos Pereira, do Bairro Tijuca.
No começo os movimentos até pareciam fáceis. Sempre acompanhando a música, exercícios comuns de alongamento com sequências contadas eram bem acompanhadas pelos participantes. Pouco tempo depois o ritmo acelerou e tudo se transformou em coreografias, onde a ênfase é a musicalidade e execução de sequências. “Por isso a necessidade de ter uma vivência nas danças urbanas. Começo com o trabalho de musicalidade, então todo o aquecimento é baseado na música, na contagem, vamos desenvolvendo isso até que desemboca na coreografia”, explicou o professor Thiago Mendes, que também se apresenta neste domingo (21) no espetáculo Matilha.
Entre erros e acertos, uma discussão ficou no ar: “Não existe dançar errado, antes de tudo é preciso querer, desejar. Não existem passos errados, existe apenas o meu estilo e o seu estilo. É como dizer a um artista plástico que seu quadro foi pintado errado. Dança é arte e arte não se discute”, argumentou o dançarino Carlos Eduardo, o Cadu, do Grupo Funk-se.